Bitaitadas ao rubro
Cheguei agora a casa. Hoje à noite, peguei e fui conduzir e ouvir música. Estava a ouvir som electrónico "Lisboa Gare" do Rui Murka (não que o conheça assim de gingeira, este foi aliás um dos inúmeros e brilhantes cds que o Paulinho carioca me passou mesmo antes de virmos para o estágio).
Foi uma sensação muito boa. A dirigir e a curtir a música no ipod. Corri riscos. O meu carro não tem fumê e então aquilo que em Portugal é a coisa mais normal do mundo - os motoristas dos carros verem-se uns aos outros - aqui é absolutamente raro, porque toda a gente se protege com o consagrado fumê a escurecer os vidros. Então nos semáforos, eles vêem-me mas eu não os vejo a eles e aqui no Brasil, corre-se risco em qualquer lugar, sobretudo à noite. Mas correu bem. Lá fui eu feliz e contente. Eu queria era ver pessoas na rua. Hoje queria estar em Lisboa. Não era nem no Porto nem em Barcelos. Era em Lisboa num daqueles bares de música electrónica, com meia luz, a sentir a urbe. Ver pessoas de todos os estilos como só em Lisboa (dentro do nosso pequenino país) se podem ver. Aqui, como em Barcelos, como em qualquer cidade não cosmopolita, as pessoas são todas muito parecidas. Em São Paulo já teria isso também. Como dizia o protagonista da história recente do autor brasileiro Marcelo Rubens Paiva sobre São Paulo, ele não sentia falta do mar ou do ar fresco ou já não me lembro do quê. Ele sentia falta do mundo que há em São Paulo. Pronto, eu queria ver um bocadinho de mundo. Infelizmente, o mundo que se descobre aqui ao sair à noite, é bem diferente. Mulheres e Travestis a prostiruírem-se que não acaba mais. É impressionante a quantidade. Nas ruas mais centrais (onde moro) e bem ao lado da zona mais badalada e "nobre" de Fortaleza (o centro Dragão do Mar que já tenho falado aqui).
É impossível uma pessoa habituar-se a isto. E foi engraçado ouvir a minha música nos phones e lá fora o forró nos carros "com som" (enormes colunas na mala do carro a partilhar o som e o ruído com quem quer e quem não o quer ouvir!). Contraste a 100%. 2 mundos completamente diferentes. Aliás como já disse antes, aqui SÓ se ouve música nacional, então digamos que a pasta "My music" do portátil é a minha salvação.
Hoje deu um show na Televisão muito bom chamado "Criança Esperança". Além da música ter sido bastante boa, serviu para arrecadar dinheiro para apoiar um fundo de apoio às crianças. No Brasil morre uma pessoa em cada 5 minutos vítima de violência, é chocante. É muita violência e também é um país demasiado grande.. Como controlar violência a estas proporções? Neste caso, no Ceará, pode dizer-se que o grande problema é a prostituição. Que gera violência claro. E pergunta-se porque é que um país que tinha tudo para dar certo, tem inúmeros recursos (nem do petróleo externo precisa mais), lindas paisagens, sem guerras, desastres naturais... tinha de ter tanta violência? (o que equivale a perguntar porquê tanta pobreza...) é caso para dizer que não há mesmo lugares perfeitos.
Acho que já estou ensonadita. Parabéns à Zé e ao Eduardo (um pouquinho atrasados mas do coração!)
Oi Sil!! Tudo bom? Fiquei mto contente por falar ctg. Beijinho grande.