antecipated feelings

Hoje deparei-me com uma consciência um pouco assustadora...como daqui a 7 meses vou ter um choque. Quando tiver de voltar e deixar tudo o que conquistei aqui.. Hoje pensei que só passaram 2 meses e se me tivesse de me ir embora amanhã, nossa...ia custar! Daqui a 7 meses..passados 9 meses, nossa !! Aí vai custar muito mesmo!! Porque se agora, volta e meia tenho uma saudadezinha de casa (ai a saudade lusitana..), sei que para lá eu volto de certeza, mais cedo ou mais tarde, pois a nossa casa está sempre lá..à nossa espera, para lá volta-se sempre... Agora aqui, no dia que for embora daqui, concerteza será com menor probabilidade de voltar...
E eu amarro-me demais às pessoas, aos lugares, custa-me muito a separação, o corte definitivo, custa abdicar do que gostamos não é?
Enfim, mas não podemos é de deixar de viver as coisas com medo da separação futura, não é?... No nosso curso de Gestão Internacional, falava-se dos "cidadãos do mundo". Adorava poder considerar-me uma, e adorava seguir em viagem pelo mundo fora depois deste estágio, como faz o Gonçalo Cadilhe (crónicas da uma volta ao mundo naÚnica, revista do Expresso) e como fazem tantos outros desconhecidos. Mas esses cidadãos do mundo não se podem amarrar aos lugares, caso contrário seria sempre um grande sofrimento cada nova partida. Será que se educa a racionalidade para não nos agarrarmos aos sítios e pessoas de cada sítio? Será que não se deixa de viver se nos colocarmos esse freio sentimental? Enfim, pensamentos que me vão assaltando...

A única solução é não fazer previsões e daqui a 7 meses, novos rumos se definirão na minha vida e cada vez mais acredito que... o que tiver de ser, será.. sempre em cada nova fase da vida. (única saída para quem, como eu, tem alguma dificuldade em tomar decisões=abdicar de algumas opções em detrimento de apenas uma, porque tem de ser sempre só uma?..)